Val Kilmer, ator de "Top Gun" e "Batman", morreu aos 65 anos

por Andreia Martins - RTP
Val Kilmer, em 2006, no 15º aniversário do filme "The Doors". Foto: Robert Galbraith - Reuters

O ator norte-americano Val Kilmer morreu esta terça-feira, em Los Angeles, aos 65 anos, na sequência de uma pneumonia. A informação foi confirmada pela filha, Mercedes Kilmer, à agência Associated Press.

Val Kilmer recuperou de um cancro na garganta desde 2014, mas a doença levou a uma cirurgia de traqueostomia que alterou a sua voz para sempre.

“Não é fácil falar e ser compreendido. Estou sempre a melhorar, mas já não estou no mundo da mesma forma que estava habituado”
, escreveu o ator no seu site em 2022.

O ator norte-americano foi protagonista de grandes sucessos de bilheteira de Hollywood como “Top Gun”, “The Doors”, “Batman” ou “Heat”.

Nasceu a 31 de dezembro de 1959 e foi criado na Califórnia. Estudou na Hollywood Professional School mas mudou-se para Nova Iorque, onde se tornou no aluno mais novo à época a ser aceite no departamento de teatro da prestigiada Julliard School.Em 1984, estreou-se no cinema com o filme de espionagem “Top Secret!” e depois em “Real Genius”, em 1985. No ano seguinte teve um papel de grande destaque em “Top Gun”.

Nos anos 90 participou em várias películas de diversos géneros, incluindo “Batman para Sempre” (1995), “Tombstone” (1993), “The Doors” (1991), em que interpretou o papel de Jim Morrison, ou “Heat” (1995), este último ao lado de Al Pacino e Robert De Niro.

Interpretava e preparava-se para os papéis com grande intensidade, o que lhe valeu a reputação de ser um ator com quem era difícil trabalhar. Reconheceu isso mesmo num livro de memórias, “I’m Your Huckleberry”.

No documentário “Val”, de 2021, sobre a sua carreira, afirmava: “Portei-me mal. Comportei-me corajosamente. Para alguns, comportei-me de forma bizarra. Não nego nada disto e não me arrependo de nada, porque perdi e encontrei partes de mim que nunca soube que existiam. E sinto-me abençoado".

Destacou-se por um dos seus projetos a solo, “Citizen Twain”, sobre Mark Twain. Em entrevistas, Kilmer não escondia a sua admiração pelo escritor norte-americano.

Publicou ainda dois livros de poesia e narrou “The Mark of Zorro”, nomeado em 2012 para um Grammy para o melhor álbum de spoken word.

Kilmer namorou durante dois anos com Cher, que o viria a acompanhar décadas mais tarde, quando o ator já sofria de cancro na garganta. “Ele foi corajoso o tempo todo. Vi o quão doente ele estava”, afirmou a cantora à revista People em 2021.

Em 1988, Val Kilmer casou-se com a atriz Joanne Whalley, um casamento que duraria oito anos. O casal teve dois filhos, Mercedes e Jack.
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